Os perigos da fofoca
“Menina, nem te conto!, Sabe fulana? Precisamos orar por ela. Eu soube que... ti, ti, ti... blá, blá, blá...” Pronto. Não precisa mais nada para transformar a vida de fulana no assunto mais comentado pelos corredores da igreja. Não se sabe exatamente quando e como começou, mas não é de hoje que falar da vida alheia, ou melhor, fofocar faz parte da história da humanidade.
De acordo com o pastor Elinaldo Renovato, há na índole do ser humano, uma tendência para a intromissão na vida dos outros, para examinar, julgar e emitir opiniões e comentários sobre a vida alheia. "É mais fácil julgar a vida dos outros do que a vida própria de cada um", analisa.
Na opinião da psicóloga Sonia Pires, a vida alheia é a matéria-prima para os fofoqueiros. É dela que eles (os fofoqueiros), de maneira artesanal, irão tecer as tramas mais sórdidas. "Muitas vezes justificam como a 'preocupação com a verdade', em outras ocasiões escondem a esperteza de pessoas que refletem sentimentos de inveja, despeito, ciúme, raiva, maldade, vingança e fértil ocupação dos ociosos", analisa a especialista, destacando que, "o fofoqueiro não consegue ver nada de bom no sucesso, talento e conquistas das outras pessoas".
Pastor Elinaldo diz que as pessoas fofoqueiras devem ser confrontadas à luz da Palavra de Deus. Segundo o pastor, se for provado que houve má fé na divulgação de qualquer comentário, as pessoas responsáveis pela fofoca deverão ser, no mínimo, repreendidas. "Em alguns casos, talvez seja necessário a suspensão da comunhão. O problema é que jamais se viu alguém ser disciplinado por fofoca", comenta o pastor, destacando a exortação de Paulo em 2 Coríntios 12.20 para que não haja mexeriqueiros na igreja.
Fofoca é crime e faz mal
Para algumas pessoas, tricotar, bisbilhotar ou fazer mexericos da vida alheia é um esporte prazeroso. No entanto, de acordo com o juiz Edson Jorge Cechet, membro da Assembleia de Deus em Porto Alegre, isso constitui crime de calúnia, injúria ou difamação e todas as vezes que alguém se sentir lesado ou ofendido pode recorrer à Justiça. Ele explica que, apesar de se confundirem, para cada um dos três delitos existem penas diferenciadas. Segundo ele, atualmente, essas questões são tratadas nos Juizados Especiais Criminais que buscam fazer a conciliação entre o ofendido e o ofensor. "Se as tratativas para composição não surtirem efeito, poderá ser instaurado o devido processo legal contra o que pratica o ato", explica.
Em artigo publicado na revista Você S/A, o consultor Gutemberg de Macedo afirma que "a fofoca é o mais desprezível dos vícios; pois, por não poder influenciar o espírito e o caráter dos sábios, rasteja como uma serpente venenosa e refugia-se na alma dos fracos e tolos". Segundo ele, as fofocas contaminam os bons costumes, azedam as relações interpessoais, destroem a eficácia do trabalho de profissionais e o ambiente de trabalho de inúmeras empresas.
"E dependendo da fofoca, a vítima pode carregar inúmeros traumas e as conseqüências podem ser muito graves", é o que afirma a psicóloga Sonia Pires. Segundo a especialista, a fofoca pode vir a acabar com a vida de uma pessoa ou contribuir para que desenvolva uma doença psicossomática, depressão e traumas no convívio social. "Infelizmente, existem pessoas desprovidas do amor de Deus e de misericórdia", lamenta a psicóloga, que ensina. "Como está escrito em 1 Pedro 3.10, 'Pois quem quiser amar a vida e ver dias felizes, refreie a língua do mal e os seus lábios não falem engano'".
Por Sandra Freitas
Fonte: CPAD NEWS
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